Ergue-te Gigante – Empunha o facho
É tempo de o Mundo iluminares
Chega de trevas, abaixo a rebeldia
Que te lançou em cadeias milenares.
Serpente antiga – Dragão misterioso
Expulso do trono que traíste
É tempo de voltares às estrelas
Recuperando o lugar de onde saíste.
Olha o firmamento, a Via Láctea
E verás ali o teu lugar primeiro
Escuro, sombrio como o silício
Saco de carvão, junto do Cruzeiro.
Naquela cruz celeste das estrelas
O teu bendito irmão crucificado
Verás, sangrento, sofredor cativo,
Para arrancar-te à senda do pecado.
Empunha o facho e vem,
O teu trono está limpo e redimido
A espera de Ti para reinares
Sobre um Mundo que por Ti foi corrompido.
É tua vez agora de apagar
O incêndio que no Mundo começaste.
É tua vez agora de colher
A semente que no Mundo semeaste.
Redimido estás, volta a brilhar
Luciferina chama os Céus Te esperam
Anjo da Luz! Retoma o facho!
(Santarém, 1955)