A seu modo cada religião prega a vinda de um Salvador. É cômodo passar essa esperança para as pessoas, sem lhes dar a mínima consciência de que cada um é responsável pelo que faz a si mesmo e aos outros. Portanto, responsáveis pela sua própria evolução e, consequentemente, seu destino.
Feliz de quem durante a sua existência encontra a sombra benfazeja de um Mestre ou Guru, pois na vida de cada ser da Terra três coisas são as mais difíceis de acontecer ao mesmo tempo: nascer como gente, achar um Mestre de verdade, e ter vontade de evoluir. Muitas vezes há o desejo de evoluir, mas não se acha o Mestre… Outras vezes o Mestre aparece, mas não existe a vontade de evoluir… O leitor dirá: mas nascer como gente é normal. É e não é, pois retroceder na evolução, embora seja raro, acontece… Paremos por aqui.
No século 19, em São Salvador, Bahia, veio ao mundo um brasileirinho que no seu tempo não passou de todo despercebido pelas curas que fez. Mais tarde, já com família constituída, transferiu-se para outra cidade, mas apesar de todos os prodígios que realizou, não foi compreendido e nem reconhecido.
Pelo seu brilhante intelecto recebeu vários convites para dispor de uma vida material confortável, todavia, obediente a Voz interna, aceitou o desafio e o sacro-ofício de abrir mão de uma vida sem problemas, para abrir os olhos espirituais dos que tinham fome e sede de sabedoria. Talvez os mesmos que em vidas anteriores ele tentara guiar para o bom caminho…
Os anos se passaram, e alquebrado pela velhice e pela dedicação extremada à obra que ele mesmo intitulou Obra do Eterno na Face da Terra, em 1963 retornou aos Mundos Internos de onde viera em 1883. Deixou como legado um tesouro de revelações, que alavancou a evolução dos que seguiram seus passos, ensinamentos que poderiam acelerar a evolução lenta e gradativa da humanidade, que comodamente espera ganhar as benesses divinas sem nenhum esforço próprio. Disse que em 1989 voltaria como um Cavaleiro-Guerreiro, já então com função punitiva para os que viraram as costas à DIVINDADE. Cumprida esta etapa, a partir de 2005 dedicar-se-ia a outro tipo de Trabalho…
A Terra, como organismo vivo está inquieta… Sabe que tem direito a um enorme salto evolucional! Mas sabe também que a população mundial retarda esta sua ventura, e o Brasil, destinado a ser o berço de uma Nova Civilização, misturou-se à mixórdia do mundo, dificultando o “Alvorecer de Um Novo Ciclo”! Para apressar o que está por demais atrasado, a Lei que tudo e a todos rege, através dos Lípikas, cobra todos os karmas pendentes… Maneira de agilizar a evolução humana, e também porque a Terra, já em agonia, não suporta mais tantos erros e maldades contra ela. É jovem ainda, tem planos, precisa sobreviver. Para defender-se usa a revolta dos elementos. Por misericórdia divina e pela experiência com o acontecido à Atlântida, as tragédias nas quais há grandes desencarnes, são os alertas dolorosos que por alguns dias desperta a humanidade. A comoção toma conta dos corações e a solidariedade aumenta, mas dias depois tudo é esquecido… O que de doloroso aconteceu e que poderia servir de lição, não é aproveitada… Não há interesse em avaliar a causa, independente das mudanças climáticas ou não, que a Natureza por si mesma faz. Pode-se dizer que o somatório dos pensamentos, atos, palavras e sentimentos de toda a humanidade, são os causadores maiores dos grandes cataclismos, terremotos, vendavais, tufões, maremotos, etc. etc.
No momento da tragédia muitos se revoltam contra Deus considerando-O negligente para com seu povo. Os de consciência mais elevada sabem que nada acontece sem que haja antes uma causa… Confiam, partem para a luta e se deixam levar… Sabem que não estão desamparados; que no momento certo, independente de grupo ou uma gama enorme de seres, o seu momento está guardado… Triste será o semblante dos que duvidaram de Deus… “O erro está na dúvida”, já dizia Alguém que muito bem conhece a inconstância da humanidade…
“A mim não importa o que sei; importa, sim, o que ainda não sei; porém, aquilo que ignorarei para sempre é o que mais me entristece e subjuga”, disse um dia para si mesmo, o brasileirinho de Salvador.
A Divindade não se atrela a datas ainda que tenham sido programadas por Ela mesma; sabe que tudo depende da evolução humana. Mas assim como existe a tolerância, também existe o limite… O homem quando se sente injustiçado apela para a Justiça terrena, mas é injusto com Deus quando não assume o compromisso assumido com o seu Deus interior…
Quantas vezes procuramos um objeto que estava diante de nós e de repente ele some? Depois ao encontrá-lo nos espantamos por estar tão perto e não o tínhamos visto. Assim é com as coisas de Deus, elas se desenrolam diante de nossos olhos e nós não enxergamos…
Confiemos na Lei divina. Mas saibamos esperar…
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Zélia Scorza Pires
São Lourenço, 26 de julho de 2006